As obras estão começando hoje - descem tubos imensos do largo da Vitoria para colocar o concreto diretamente na ultima zona verde publica da Vitoria, o acesso a praia esta sendo fechado… o Iate Clube se expande.
Mesmo que aquela área está protegida pelo Decreto Municipal como área não edificável.
Uma comunidade para proteger a zona verde publica
A Vila Brandão, com a sua localização privilegiada, uma comunidade de
pescadores nas encostas da Vitória há 80 anos, é um reduto de resistência às
tentativas de desapropriação, intimidação, especulação imobiliária etc...
Há 5 anos, chegou até o presidente Lula o ato contra a violência que a
comunidade sofreu – a tentativa de desapropriação decretada pelo ex-prefeito João
Henrique favorizando construtoras selecionadas, suas “afilhadas”.
A Vila resistiu – mas a luta continua.
Nesse momento, é uma luta judicial, contra um contrato que parece sair
do manual „como enganar pobre“. Se trata de um contrato de comodato entre o
Iate Clube e alguns moradores da Vila Brandão.
Comodato ou 20 milhões na mão - quem perde é a sociedade!
@googlemaps:
20: zona vendida ultimamente por 20 mio. ao predio Wildenberg
W: zona de desmatamento para construção do predio Wildenberg
0: zona verde publica da Vila Brandão com valor 0.- de pretenção do Yate Clube
Y: zona atual de expansão do Yate Clube
Esse
contrato de comodato, que nunca foi discutido publicamente (nós, do projeto
Casa Mátria, nem tivemos o direito de vê-lo) doa uma aérea do tamanho de dois
campos de futebol mais a praia, tudo de posse da comunidade, ao Yate Clube.
Para construir estaleiros!
Se trata
da última zona verde pública da Vitória.
O Iate, em contrapartida, pretende
fazer uma “benfeitoria” a Vila Brandão: concretizar o campinho de futebol e transformar
essa posse da comunidade em contrato de comodato de 25 anos.
Interessante
é saber que a área localizada do outro lado desse campinho, de ca. 4.000 m2, de
posse de uma família de classe media alta há só 30 anos, foi adquirida pela
mansão Wildenberg, prédio de alto luxo em construção, por um valor de 20 Milliões de Reais.
Alguém
entende porque um terreno na posse de uma comunidade, não vale nada e o outro,
a 100 metros de distância, tem um valor imenso?
A outra questão que nos deixou com boca aberta
é esse contrato de comodato.
Um
comodato é um contrato entre duas partes que prevê que alguém (comodante) entrega a outro
(comodatário) um bem imóvel, para ser usado temporariamente para que seja
depois restituído em perfeito estado. O
comodante guarda a propriedade da coisa e o comodatário adquire a posse…Mas, no caso do comodato entre a Vila Brandão e do Iate Clube, tem um
detalhe interessante: o Iate se declara proprietário de uma zona que nunca teve
a posse, a Vila perde os próprios direitos de posse e vira comodatário, com
obrigação de, depois do uso temporário de 25 anos – ou menos, restituir o
campinho de futebol ao Yate – em estado perfeito.
Tudo pelos socios do Yate Clube - nada pela população de Salvador?
Esse
contrato é a realização do projeto do Yate Clube, já descrito na revista Yacht
em 2011:
“O clube terá que crescer sempre
O projeto do novo estaleiro prevê ampliação de
vagas secas e molhadas, alem de implantação de uma quadra de tênis!"
A capa da
revista já nos mostra até onde irá o caminho – acabou a Vila Brandão, acabou o
acesso dos pescadores ao mar, acabou a última praia pública da Vitória! O Yate pretende construir estaleiros de 3 andares em beira mar e fechar a ultima praia publica!
Queremos uma zona verde publica - um acesso ao mar para tod@s
A
luta da Vila Brandão, junta aos moradores da Graça, da Vitória e da Barra
continua:
Queremos
um lugar para todos, uma zona verde de fácil acesso para a Vila Brandão e suas
famílias, para os moradores da Graça, da Vitória, da Barra – para a cidade de
Salvador.
Queremos
uma praia viável para os nossos pescadores, para o projeto de natação do
campeão de triátlon Alleyson Leite!
Queremos
uma zona pública na beira mar, um mar de fácil acesso para mergulho, natação e
stand up, uma zona de reflorestamento de mata atlântica para abrigar toda
biodiversidade da nossa área – os pássaros, papagaios, micos que estão vivendo
aqui.
A Vila
Brandão, a sua zona verde e a praia dos pescadores são patrimônio público.
Vamos salvá-la da especulação Imobiliária - da privatisação!
Nenhum comentário:
Postar um comentário