A abertura da Copa foi violenta, na Vitória. Tive
um confronto duro entre a PM, polícia de choque e várias
outras unidades de polícia (com certeza, havia mais de 50
policiais em ação!) e um grupo de ca. 20 ativistas dos
movimentos sociais, que fizeram uma manifestação contra a
copa. Uma ação que demorou 20 minutos. A Vitória cheia de gás,
teve muitos tiros, gente fugindo em pânico.
Durante o confronto, foram quebrados os vidros da
sede da Honda.
Nessa violência indiferenciada, a polícia jogando
bombas lacrimogênea por todo lugar. Caiu uma bomba
lacrimogênea numa casa da comunidade da Califórnia (do lado do
Vale do Canela). A família que estava dentro da casa sofreu
queimaduras, tiveram crianças pequenas fechadas por medo na
cozinha, cheia da gás!
Eu me pergunto porque a polícia tem tempo para
essas ações, mas não tem capacidade de resolver os problemas
de violência, de roubo e de drogas nas comunidades? Precisamos
de ajuda pública para poder viver em paz. Porque é negada?
A Vila Brandão, o largo da Vitória e a mansão Wildenberger
As chuvas fortes de junho mostraram mais uma vez
a ineficiência da administração pública …
Na Vila Brandão, estamos sofrendo da inércia da
cidade para resolver os problemas que são de interesse
público!
Uma das maiores obras de Salvador esta
acontecendo do nosso lado, a mansão Wildenberger. Com grande
cartazes, eles estão anunciando a contrapartida social da obra
– reestruturação da Igreja da Vitória.
Cadê a contrapartida social para a nossa
comunidade e as outras comunidades da Vitória e do Canela?
Pelo contrário, a nossa situação esta piorando
desde quando a obra começou. A descida na Vila Brandão sempre
foi difícil, a ambulância não tem acesso! Mas agora, a obra
quebrou os primeiros degraus da escada da descida, e estamos
vivendo com uma improvisação de madeira mal feita – desde mais
de 5 meses! Cabos de energia aéreos a poucos centímetro sobre
as nossas cabeças… a passagem piorou!
O Largo da Vitória fica sujo e a sujeira desce
diretamente na nossa comunidade, trazendo lixo e tóxicos (já
achamos lixo tóxico do CATO na lixeira pública!). Essas águas
contaminadas descem assim diretamente para o mar, deixando uma
marca de sujeira na natureza, matando os peixes e a flora
marina única que temos na Vitória.
Com a chuva, uma parte do morro desceu – bem em
cima da área invadida ultimamente pelo Yachtclub.
Nós, da Casa Mátria, estamos tomando a frente
para restaurar esse morro. Começamos fazer uma contenção com
sacos com o nosso mestre Alex Fiúza – baseado num conceito de
construção biológica:
Sacos de barro, junto com sacos de pedras formam
uma base sólida para evitar a caída de mais terra. Estamos
plantando vários arbustres para fortalecer essa contenção.
Mas precisamos da ajuda da cidade para resolver o
problema do morro: não temos estrada viável, não temos descida
praticável, dentro da comunidade, não tem um sistema para
captar e canalizar as águas de chuva.
Esperamos uma resposta!
Silvia Jura, diretoria Casa Matria
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